domingo, 18 de dezembro de 2016

Opinião: O Cântico de Natal, Charles Dickens

Este pequeníssimo conto (108 páginas) relata uma história de redefinição de valores e o verdadeiro significado de Natal que Scrooge, um homem avarento e sem coração, compreende através da aparição de três Espíritos de Natal, o Passado, o Presente e o Futuro. Estes três espectros, cada um à sua maneira, alteram a maneira de ser e pensar de Ebenezer Scrooge ao ser espectador de memórias passadas que trazem sentimentos a este personagem aparentemente insensível; de situações presentes que fazem com que Scrooge transfira esses sentimentos nos outros, especialmente nos mais pobres e nos mais próximos de si, havendo uma compaixão que antes não era visível; e, por fim, o último Espírito faz com que Scrooge queira realmente alterar o seu futuro trágico, dando-lhe uma segunda oportunidade.
A história é bastante bonita, a meu ver há um simbolismo muito forte entre os três Espíritos e os próprios Reis Magos, pois estão a oferecer algo de muito bonito e importante a Scrooge que tem a oportunidade de renascer no dia de Natal como um homem novo e bom.
Para além disto, e provavelmente o que apreciei mais nesta leitura foi, sem qualquer dúvida, a escrita magnífica e elegante de Charles Dickens! Confesso que no início, tal como em qualquer clássico com uma escrita mais poética, erudita e descritiva, custou-me um pouco ter um ritmo de leitura normal, com um dicionário ao lado para verificar uma ou outra palavra. No entanto, as belas descrições que remetem para tempos mais passados que a minha existência, mas que me fazem sentir presente na acção são dos principais motivos pelo qual gosto de ler clássicos e não deveria ter tanto medo de os ler mais frequentemente.

No Goodreads dei quatro estrelas, foi uma leitura rápida e agradável que recomendo a qualquer pessoa, principalmente nesta época festiva!

Citações:
"Os meus negócios deviam ter sido os próprios de um homem. A salvação da humanidade é que deveria ter sido o meu negócio; a caridade, a misericórdia, a tolerância e a benevolência, esses é que deveriam ter sido os meus negócios;(...)" Jacob Marley, p. 27.
"Graças a uma compensação sublime, análoga a tantas outras deste mundo, assim como a dor e as lágrimas são comunicativas, também o riso e o bom humor são irresistivelmente contagiosos." p. 70.
"Que importa que a mão seja pesada e caia quando a larguem, se em vida foi aberta, generosa e fiel; que importa que o coração não bata, se em vida pertenceu a um homem?" p. 89.

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